quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A REVOLTA DE BECKMAN

Desde 1650, o estado do Maranhão enfrentava grave crise econômica, pois a empresa açucareira da região não tinha condições de pagar os altos preços do escravo africano.
Para resolver o problema da falta de mão-de-obra, os senhores de engenho do Maranhão organizaram tropas para invadir os aldeamentos jesuítas e capturar índios para o trabalho escravo. Essa atitude provocou protesto dos padres jesuítas junto ao governo português, que interveio e acabou proibindo a escravidão do índio.
Para resolver o problema da falta de mão-de-obra, o governo português criou, em 1682, a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão. Essa empresa assumiu o compromisso de introduzir na região 500 escravos negros por ano, durante vinte anos. Mas a companhia não conseguiu cumprir sua promessa agravando a crise econômica e o descontentamento econômico na região.
Um grupo de senhores de engenho maranhenses, liderados por Manuel Beckman, organizou um movimento para acabar com a Companhia do Comércio e com a influencia dos jesuítas. Queriam também, autorização para escravizar índios.
A rebelião eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684, quando o governador encontrava-se ausente de São Luís. Seu substituto foi preso, os armazéns da Companhia foram destruídos, a escola dos jesuítas foram invadidas e os padres foram expulsos.
Os rebeldes, então construíram um governo provisório, e Tomás Beckman irmão de Manuel Beckman, foi encarregado de ir a Lisboa expor a situação ao rei de Portugal. Este, ao saber dos acontecimentos não aceitou a atitude dos revoltosos: prendeu e puniu Tomás Beckman. Em seguida, enviou ao Maranhão um novo governador, Gomes Freire de Andrade.
Chegando ao Maranhão em 1685, Freire de Andrade aplicou duras penas aos lideres rebeldes: Manuel Beckman e mais dois chefes do movimento foram enforcados. Contudo, a metrópole teve que mudar sua política na região. Os jesuítas retornaram ao Maranhão, a Companhia de Comercio foi extinta em 1685 e a escravidão do índio, realizada pelas tropas de resgate foi autorizada.

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